quinta-feira, 26 de maio de 2011

O professor sempre está errado


Quando...
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta às aulas, é um "Caxias".
Precisa faltar, é "turista".
Conversa com outros professores, está "malhando os alunos".
Não convesa, é desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama à atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.

A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances dos alunos.
Escreve muito, não explica.
Escreve pouco, o caderno não tem nada.

Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a língua do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu mole.
É, o professor está sempre errado, mas,
se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

sábado, 21 de maio de 2011

10 DE MAIO- O DIA EM QUE A EDUCAÇÃO DO RN FEZ HISTÓRIA

No dia 10 de maio deste, estava eu em casa, quando passando pelos canais da tv a cabo de Currais Novos, me deparei com a audiencia pública transmitida ao vivo pela Assembleia Legislativa do RN a respeito da educação do estado. Parei para assistir, apesar de já esperar pelo discurso de sempre que nunca resolveu nada. Até chegar a professora Amanda Gurgel com a sua fala objetiva, como que uma flecha ao alvo, implacável, precisa na sua denuncia aos fatos. Como fui bem representada pela sua fala. Ela disse tudo o que estava atravessado na minha garganta de maneira muito melhor, pois eu não conseguiria, tão bem quanto ela, controlar as lágrimas.
Foi tão inquietante este momento que eu só pensava nos que não estavam podendo assistir por estarem se deslocando de uma escola para outra em busca da própria sobrevivencia, ou se quer sabiam da ocasião, por não terem tempo de estarem bem informados. É isso que o poder público quer? Tirar o direito das pessoas, principalmente do professor, de estarem informados sobre a realidade do nosso país? E assim, manipular de forma mais fácil o povo alienado? É isso educação de qualidade? É isso que desenvolverá o Brasil?
Pois bem, assisti a essa audiencia simplesmente por estar em casa, gozando, forçosamente, de licença não remunerada de um dos dois municípios em que leciono. Situação causada pela exaustão excessiva de trabalho, que aqui quero, inclusive, mostrar meus números: um percurso de 27 km x 2 + 38 km x 2 = 130 km por dia. Salientando que não é um privilégio só meu, mas de muitos colegas. E diga-se de passagem, assim como Amanda, recebemos apenas em 3 algarismos o nosso salário, porém ainda mais baixo que o dela apresentado.
Não vou repetir as palavras da professora. Ela foi bastante verdadeira e sintética. Fico feliz que tenha havido repercussão, pois era isso que eu queria no momento em que estava ouvindo-a. Contudo, quero deixar um alerta:
Muito cuidado com os DEMAGOGOS! Estes vão, se é que já não estão usurpando as palavras da professora em favor do seu próprio benefício e não da coletividade. Que isso não fique apenas na "zuada", mas que seja a concretização de novos tempos.

Lourdinha Silva