sábado, 12 de novembro de 2011

Ah, se todos compreendessem...

O sentido da educação 

      Um povo desinformado não sabe o que acontece, assina o que não leu, submete-se ao que não compreendeu, barateia sua vida e sua força de trabalho, não tem horizontes e não se integra em seu próprio país, quanto mais no grande mundo globalizado ─ mas não para ele. 
   Porém educar não é apenas instruir, ensinar a ler, escrever, calcular. Não é nem mesmo instruir em todos os anos dos Ensinos Fundamental e Médio. Educar é, deveria ser, antes de mais nada, ensinar a pensar. Ensinar a questionar. Abrir cabeças e preparar para enfrentar a vida não apenas ganhando um ou dois ou mil salários, mas sentindo-se capaz, e consciente, para fazer suas escolhas e viver sua vida. 
       Educar deve ser estimular para que desabrochem todas as capacidades de uma criança, e depois, de um jovem. [...]             
      Sou a favor de uma escola amorosa e alegre, mas onde haja autoridade e hierarquia, e também para os pequenos a professora não seja uma tia, mas uma professora, pois a escola não é, nem deve ser, a família. Pode ser um complemento magnífico, mas jamais retirar da família a responsabilidade inicial da decência, da compostura, do respeito: ao contrário, prosseguir e incutir isso ainda mais. [...]

Por Lya Luft

quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Ensaio sobre a cegueira, uma alegoria da vida humana em tempos modernos, ou talvez de todos os tempos, é um convite à reflexão sobre as miudezas do comportamento, caráter e das relações humanas. Sua epígrafe, extraída do Livro dos Conselhos, é uma convocação: " Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara".
A obra é uma intimação sensível ao leitor que o faz ficar face a face com o que possui de mais essencialmente humano: "Dentro de nós há uma coisa que não tem nome. Essa coisa é o que somos." Assim, se apresenta como um descortinar das profundezas humanas, um convite à visão interior e à mais clara consciência do estar no mundo. É impossível passar pela obra sem sentir um profundo incômodo. Feche os olhos e veja: é o recado que impera.